OCUPAÇÃO ESQUENTA COP: JULHO A NOVEMBRO

Publicado por Tatiana Mesquita em 5 de agosto de 2025

 

A 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), este ano em Belém, não é apenas um encontro diplomático: é um chamado urgente que nos convoca a ocupar o debate climático, não como visitantes, mas como sujeitos políticos. Frente a essa responsabilidade, o Museu do Amanhã fez um gesto de reforço: deslocar a conversa para o espaço público e democratizar o acesso às urgências do nosso tempo.

A Ocupação Esquenta COP é um gesto político que transforma o Museu do Amanhã em uma plataforma de escuta ativa, de fricção entre saberes diversos e de convivência entre ciência, espiritualidade, ancestralidade e arte. De julho a novembro, seis exposições e dezenas de atividades formativas integram uma programação potente.

Diante da crise climática, o Museu do Amanhã entende que é preciso mais que dados: é preciso fazer sentir os acontecimentos para mobilizar uma mudança real dos modos coletivos de existência. Assim, o Museu do Amanhã se deixa atravessar por essa ocupação do público e seus convidados e se torna um organismo sensível de criação compartilhada, afirmando sua função social como espaço de impulso à cultura e inovação.

Participar da Ocupação Esquenta COP é compor, junto, um outro amanhã. Um amanhã que não é promessa, mas processo. Que não é espetáculo, mas presença. Que não se anuncia pronto, mas se configura no coletivo — nas mãos, nos afetos, nas alianças.

 

PROGRAMAÇÃO - OCUPAÇÃO ESQUENTA COP

ATIVIDADES CULTURAIS

1) ESPAÇO ARENA COP
#Espaço de convivência #Espaço de diálogo

Em uma arena localizada no centro do Átrio do Museu, rodas de conversa, aulões, oficinas, mentorias, visitas mediadas. A programação pública e gratuita se propõe diversa, porosa, provocativa, como linguagem que descentraliza.

         A) CONTEÚDO AUDIOVISUAL - PAINEL DE ATIVISTAS   
              #Instalação

Produção original com histórias reais e inspiradoras de ativistas que enfrentam os efeitos da crise climática em seus territórios: uma terra indígena, um projeto de agroecologia e educação ambiental na favela, e uma associação de pesca artesanal e restauração de mangue na baía de Guanabara.

 

         B) AULÃO: DESCOMPLICA COP
              #Debate aberto

Arena Esquenta COP no Museu do Amanhã | Aberto ao público

Como traduzir um evento global em implicação cotidiana? Como escutar o planeta sem reduzir sua complexidade a um gráfico ou um dado técnico?

Em meio às camadas que compõem a Ocupação Esquenta COP, o Descomplica COP surge como um espaço de encontro entre saberes e desconfortos. Um aulão aberto, gratuito e instigante, voltado para o público geral, estudantes, professores, curiosos e inconformados — todos aqueles que não se contentam em assistir de longe às cúpulas climáticas, mas desejam compreendê-las em sua dimensão política, simbólica e sensível.

Não se trata de uma “explicação” da COP30. O convite é outro: pensar criticamente o que ela significa. O que está em disputa quando o Brasil, com todas as suas contradições, sedia uma conferência global sobre o clima? O que permanece invisível sob o discurso técnico? E, sobretudo, como descolonizar nossa escuta diante das emergências climáticas?

Vamos juntos abrir o campo para essas perguntas. Com mediação de especialistas e pensadores de diferentes áreas — ciência, filosofia, arte e comunicação — o Descomplica COP aposta numa pedagogia que não simplifica, mas aproxima. Porque democratizar o debate climático é permitir que ele nos atravesse: nas escolhas, nos territórios, nos afetos.

O aulão é para quem quiser pensar o agora. Para quem não se contenta com o que já está pronto. Para quem entende que o amanhã é um processo que se constrói no coletivo.

Venha ocupar a arena com perguntas, presença e desejo de transformação.

A crise é nossa. O compromisso também.

 

         C) VAMOS FALAR SOBRE ISSO?
              #Roda de conversa

Programa realizado pelo Museu do Amanhã em parceria com a Secretaria Municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida (SEMESQV), e caracteriza-se por promover rodas de conversas plurais, com a participação de diferentes atores sociais.

                       

          D) TERRITÓRIOS PELO CLIMA
               #Roda de conversa

Rodas de diálogos com ativistas, especialistas, pesquisadores e professores que atuam na cidade do Rio de Janeiro - partes deles, tem a sua trajetória pessoal e profissional forjada neste território: a Pequena África. Trata-se de uma oportunidade de discutir e refletir sobre as cidades, o clima e as florestas. Para isso, contaremos a realização de aulas abertas e conversas mediadas apresentando iniciativas sustentáveis já implementadas em diferentes territórios da cidade.

 

         E) CLIMÃO
             #Roda de conversa

Climão é uma ação do laboratório de atividades do amanhã que conecta ciência, arte e cultura jovem. Inspirado no conceito de “clima” — tanto ambiental quanto comportamental — e na gíria “climão”, o projeto promove rodas de conversa no estilo papo-reto, acessíveis, sobre sustentabilidade, comportamento e questões contemporâneas.

 

1.2) ESPAÇO EXTERNO - O CLIMA É DE AÇÃO
       #Espaço de Convivência

Na entrada do Museu do Amanhã, o primeiro espelho d’água se transforma em um espaço de convivência, pausa e provocação. Com bancos dispostos em roda, voltados uns para os outros, o ambiente convida ao encontro e ao diálogo entre desconhecidos, curiosos ou aliados de causas comuns.

Frases-instigação sobre a crise climática ativam conversas e reflexões espontâneas, criando um espaço automediado onde o clima é o ponto de partida para novas conexões e escutas compartilhadas.

Aqui, ocupar é também um ato de presença.

 

       ACESSIBILIDADE

As atividades culturais são acessíveis com intérprete de LIBRAS. 

As exposições contam com: piso podotátil, mapa tátil geral expografia, objetos táteis, audiodescrição por núcleos de obras, todos os textos traduzidos em LIBRAS [via tablet], eng e esp [via QR code]        

 

 AGENDA DE PROGRAMAÇÃO                       

OCUPAÇÃO ESQUENTA COP

- AGOSTO

                   08 DE AGOSTO

                   AULÃO: DESCOMPLICA COP: Antropoceno e Tempos Pós-normais
                   com Anna Carolina Fornero Aguiar, Pesquisadora

 Horário: 15h00
Duração: entre 45 min a 55 min
Faixa etária indicada: todos os públicos
Resumo da programação: Conteúdo teórico sobre a interferência humana no sistema planetário, os desafios que a transformação de ecossistemas, a perda da biodiversidade e as mudanças climáticas acarretam e as potenciais soluções.

                      

                12 DE AGOSTO

VAMOS FALAR SOBRE ISSO?: Envelhecimento e Longevidade 
Horário: 14h
Duração: entre 90 a 120 min
Faixa etária: a partir de 16 anos de idade (intergeracional)
Quantidade máxima de alunos: 30

 

Breve resumo da atividade: Em 2025, o programa irá focalizar suas lentes em um importante dado revelado pelo último Censo: o Rio de Janeiro está entre os estados brasileiros com o maior crescimento do número de habitantes com idade superior aos 65 anos - e pela primeira vez, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais ultrapassa o número de crianças com idade entre 0 e 14 anos. Tais transformações em nossa pirâmide social geram também uma série de implicações diretas sobre a economia, a saúde e os serviços sociais. Assim, o tema central do Vamos falar sobre isso em 2025 será: 'Envelhecimento e Longevidade'.

Sensíveis aos debates evidenciados abrigados pela COP, o 'Vamos falar sobre isso' convida pessoas de todas as idades para juntos discutir e refletir sobre as implicações de vivermos em um mundo já profundamente atravessado pelas emergências climáticas.


                14 DE AGOSTO

TERRITÓRIOS PELO CLIMA: Gestão de resíduos como ferramenta para o combate à fome.
com William Hester (Engenheiro Ambiental) e Bernardo Guerreiro (Biólogo), Fundadores da Composta'e
Horário: 14h
Duração: 1h
Faixa etária: Estudantes do ensino médio
Breve sinopse da atividade: O que hoje chamamos de lixo é um misto de muitos resíduos que podemos valorizar.

Os impactos econômico, ambiental e social da cadeia do lixo podem ser completamente transformados positivamente através de inovação na gestão de resíduos. Uma gestão que gere empregos e participação ao mesmo tempo em que protege e regenera os ecossistemas naturais.

Em especial, a gestão circular dos resíduos orgânicos, metade de tudo que geramos, é capaz de estabelecer cadeias de produção de alimentos em sistemas produtivos resilientes, as agroflorestas, envolvendo a recuperação de solos e florestas para combater as mudanças climáticas.

Minibio: Amigos de escola e sócios na Composta'e, buscam fazer da gestão de resíduos uma ferramenta de transição para a sustentabilidade. Através do trabalho específico com gestão de resíduos orgânicos e compostagem no Rio de Janeiro, acumulam experiências diversas, em projetos com agricultura familiar, agroindústria, pesquisa científica, educação, políticas públicas e gestão de resíduos em grandes eventos. Sua operação de compostagem alcança hoje mais de 500 famílias que transformam seus resíduos em recursos. Atualmente, são mestrandos em engenharia ambiental na UFRJ.

                      

                15 DE AGOSTO

AULÃO: DESCOMPLICA COP:
com Fabio Scarano
Horário: 15h
Duração: 55 min
Faixa etária indicada:
Breve sinopse da atividade: Mais informações em breve

 

                21 DE AGOSTO           

TERRITÓRIOS PELO CLIMA
com Thereza Christina Pessôa Darbilly da Escola Padre Francisco da Motta, Colégio Sonja Kill
Horário: 14h
Duração: 60 minutos
Faixa etária indicada: Estudantes ensino fundamental II e Médio

Breve sinopse da atividade: Mais informações em breve

Minibio: Thereza Christina é bióloga, se formou em licenciatura e bacharelado pela UERJ, e tem mestrado e doutorado em Biologia na mesma instituição. Atuou como pós-doutoranda no Laboratório de Ecologia Florestal e Biologia Vegetal da UFRRJ (PNPD/CAPES).  Durante sua formação acadêmica dedicou-se à pesquisa sobre a ecologia de epífitas, especialmente na Mata Atlântica. Atualmente, é professora de Ciências e Biologia no Ensino Fundamental II e Médio, unindo sua formação acadêmica e a prática docente com paixão pela educação científica.

               

                26 DE AGOSTO

CLIMÃO: Papo com as Maris
com Mariana de Paula e Mariana Galdino, do Instituto Decodifica
Horário: 15h
Duração: 120 min
Faixa etária: entre 16 e 22 anos
Quantidade máxima de alunos: 35

Breve sinopse da atividade: As ativistas compartilham suas experiências dos últimos três fóruns globais sobre o clima e abrem uma conversa com jovens sobre justiça ambiental e o papel das periferias nas decisões globais sobre o futuro do planeta.

A programação propõe um bate-papo direto e acessível sobre como as mudanças climáticas já afetam os nossos territórios e por que é urgente colocar essas vozes no centro do debate.

Mariana de Galdino e Mariana de Paula são co-fundadoras do Instituto Decodifica — que tem um trabalho dedicado à produção, comunicação e incidência política baseada em dados, com foco nas realidades e necessidades das periferias.

 

                28 DE AGOSTO             

TERRITÓRIOS PELO CLIMA: Cabe uma floresta num quintal?
com Alessandra Roque e Lorena Portela da Providência Agroecológica
Horário: 14h
Faixa etária indicada: classificação livre
Duração: 60 minutos

Breve sinopse da atividade: As mulheres do Morro da Providência nos ensinam que a resposta para esse questionamento pode ser de fato positiva! Foi acreditando nisso que Alessandra Roque iniciou o plantio das primeiras sementes ainda em 1997, na primeira favela. Em 2016 suas mãos finalmente se encontraram com as de Lorena, e juntas somaram forças e seguem diariamente nos fazendo acreditar: que sim, é possível fazer caber uma floresta em um quintal! Neste encontro, poderemos conhecer essas duas mulheres incríveis e saber mais sobre a Providência Agroecológica - uma escola em construção, que tem como pilares a agroecologia, a educação e o cuidado.

Minibio: Alessandra Roque é raizeira, mateira, agricultora e ativista no Morro da Providência. É co-coordenadora da Providência Agroecológica, organização social de agricultura urbana, educação e saúde do Morro da Providência - Pequena África, Rio de Janeiro, onde vive e atua desde 1997. É reconhecida como quilombola do quilombo urbano Pedra do Sal. Graduada em Filosofia pela Universidade Federal Fluminense; cursa Antropologia. Atua desde 1997 no Morro da Providência em prol da saúde. Tem ampla experiência com fitoterapia, educação e restauração florestal.

Lorena Portela é pesquisadora da saúde coletiva e da agroecologia. Doutora e mestra em Saúde Pública (Escola Nacional de Saúde Pública/Fiocruz). Engenheira Ambiental pela Universidade Federal Fluminense. É co-coordenadora da Providência Agroecológica, organização social de agricultura urbana, educação e saúde do Morro da Providência - Pequena África, Rio de Janeiro, onde atua há 9 anos. Coordena o projeto nacional “Saúde e Agricultura Urbana na Agenda de Saúde e Agroecologia da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fundação Oswaldo Cruz.