A união é a fórmula para o sucesso do turismo.
Lívia Vasques Bender (Acadêmica do Curso Superior de Turismo Cultural da UCPel)
Resumo: Este artigo tem como objetivo demonstrar a importância dos Conventions & Visitors Bureaux para as cidades em que atuam, mostrando a sua relação com os eventos e, ressaltando a interferência positiva desta entidade para o bom desenvolvimento do turismo. Para isso, primeiramente, apontam-se os benefícios que trazem os eventos para a cidade que aderem a este segmento, e em seguida, busca-se o entendimento das atividades exercidas por estas entidades, de recente reconhecimento no País, através de sua origem, trajetória e meios de atuação. Finaliza-se apresentando o histórico e o desempenho desta nova organização do turismo de Pelotas, o Pelotas Convention & Visitors Bureau.
Palavras-chave: turismo, eventos, Convention & Visitors Bureau, captação, promoção.
Introdução
O presente artigo tem por objetivo mostrar o papel de uma nova entidade do turismo de Pelotas, o Pelotas Convention & Visitors Bureau e, consequëntemente, buscar a sua valorização.
Estes objetivos são justificados, pelo fato de que esta é uma organização de forte atuação no mercado turístico, reconhecida mundialmente, mas que grande parte do trade de Pelotas, ainda, desconhece ou, simplesmente, ignora.
Buscou-se para a construção deste trabalho, a trajetória dessa organização chamada Convention & Visitors Bureau, que está presente nos cinco continentes. Também é apresentada a origem, a importância de sua atuação para o turismo e, principalmente, o que proporciona as cidades sob sua responsabilidade.
Antes disso, ainda, procurou-se analisar os diversos benefícios trazidos pelos eventos para uma cidade, bem como as vantagens de participar deste segmento do turismo, sob a visão de teóricos do setor.
Para melhor perceber sua atuação em Pelotas são apontadas várias das ações desenvolvidas por esta entidade, durantes seus poucos anos de trabalho.
A Estrutura Organizacional dos CVB´s no Brasil
Os CVB´s têm pouco mais de 20 anos de atuação no Brasil, e já contam com uma entidade que os representa nacionalmente, a Federação dos Conventions & Visitors Bureaux (FBC&VB), que completou, em 2005, 6 anos de atividades no segmento de eventos.
Esta foi criada, no final dos anos 90, pelos poucos conventions que existiam na época, mas que sentiram a necessidade de formar um organismo que desse real representatividade na geração de negócios. Foi então, organizado o Fórum Brasileiro de C&VB que, logo depois, foi transformado em Federação Brasileira dos Conventions & Visitors Bureaux, presidida por João Luiz dos Santos Moreira, executivo especialista em planejamento estratégico e turismo de negócios.
A FBC&VB, em parceria com o Ministério do Turismo e a Embratur, organiza e leva empresas brasileiras às feiras internacionais e mantêm os Escritórios Brasileiros de Turismo, EBTs, postos avançados de apoio e captação de negócios e turistas no exterior. Estes já funcionam em seis capitais européias, Lisboa (Portugal), Londres (Inglaterra), Paris (França), Milão (Itália), Frankfurt (Alemanha) e Madri (Espanha) e, também, em Tokyo (Japão) e Nova Iorque (Estados Unidos), os da China e da Rússia estão em análise.
A Rede Brasil de Convention & Visitors Bureaux também foi criada através de parcerias como estas. Assim, a RBC&VB é a formação de um banco de informações turísticas unificado na Internet, gerido pelos Convention Bureaux, o qual apoiará a promoção e comercialização desses destinos. O endereço é www.convention.gestour.com.br. Além destas ações, existem outras que já estão sendo trabalhadas.
Tais parcerias trouxeram ganhos significativos na entrada de divisas e turistas, mesmo assim, a entidade sentiu a necessidade de ter uma maior expressão no cenário econômico e político. Sendo assim, a própria Federação Brasileira dos Conventions & Visitors Bureaux promoveu a criação da Confederação Brasileira dos CVB, no dia 8 de abril deste ano, visando ampliar a representatividade do setor. A Federação já não conseguia mais manter uma linha de comunicação com todos os conventions, dadas as suas diferentes realidades. Percebendo isso, nota-se que a proposta é simples, ter, em um ou dois anos, apenas 27 pessoas representando os 27 Estados brasileiros na Confederação.
Assim, a Federação que era composta por conventions associados de todos os Estados, passa agora a promover a organização destes de modo que venham a formar federações estaduais. Para que isso ocorra, é necessário somar no Estado cinco destas entidades. Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná são os pioneiros, já possuindo suas Federações regulamentadas.
No entanto, a Federação continua atuando, afinal, a maioria dos conventions ainda não está organizada em federações, sendo assim esta segue os representando.
Conventions & Visitors Bureaux (C&VB)
Segundo Rui Carvalho, diretor de comunicação da Federação Brasileira de Convention & Visitors Bureax, a história da origem dos CVB´s começa na cidade de Detroit que foi fundada por Jean De La Mothé Cadillac, nos Estados Unidos. Esta era famosa por ser uma das mais ativas produtoras de fogões e móveis de cozinha do país. Este fato já lhe garantia um fluxo de visitantes enorme. Aliás, já em 1896, muitos homens de negócios das mais variadas cidades chegavam a Detroit para participar de congressos, reuniões, convenções.
Num determinado momento, o jornalista chamado Milton Carmichael percebeu que esta era uma verdadeira cidade de convenções, que milhares de pessoas passavam fazendo negócios na cidade e que nada se fazia para auxiliar ou aproveitar a estada destas na cidade.
Foi então que publicou um artigo, no dia 06 de fevereiro de 1896, num dos periódicos de destaque da época, o The Detroit Journal, onde o jornalista questionava a passividade dos empresários locais com relação aos benefícios da vinda de visitantes para a cidade. Nesta mesma nota, propunha que os empresários privilegiassem uma visão global do mercado, atuando de forma coletiva em favor do desenvolvimento econômico da cidade como um todo, beneficiando assim cada um dos participantes e, assim, acabando com a concorrência predatória. E, ele insistia, defendendo a idéia de que cabia a comunidade empresarial se unir e não ficar esperando a iniciativa do poder público.
Com esta nota, Carmichael conseguiu despertar o interesse de alguns empresários e comerciantes membros da Câmara de Comércio e do Clube dos Fabricantes, os quais, em reuniões com hoteleiros, agentes de venda do sistema ferroviário e outros comerciantes decidiram, em encontro acontecido no hotel Cadillac, fundar uma organização para promover, de forma ordenada e conjunta, um esforço contínuo para atrair mais convenções para a cidade.
Assim, surgia o The Detroit Convention and Businessmen’s League, ou Liga de Convenções e Homens de Negócio de Detroit, primeiro nome da entidade que em 1907 passou a adotar a denominação de Detroit Convention & Tourists Bureau. Nessa época, o convention tinha um pouco menos de 20 empresas associadas, mas a idéia vingou e começou a dar frutos em outras cidades dos Estados Unidos e até do exterior. Em 1915 havia 12 outros conventions, cujos representantes se encontraram em Detroit para formar a organização que hoje é a IACVB – International Association of Convention & Visitors Bureaux, entidade que reúne centenas de CVB’s do mundo todo.
Este artigo, fez com que o jornalista Carmichael e os empresários de Detroit formatassem o que viria a dar origem ao primeiro convention do mundo, funcionando nos mesmo moldes dos de hoje – o London Convention & Visitors Bureau, fundado, já com essa denominação e características, em 1905.
A verdadeira essência de todos os Conventions Bureaux é agir no fomento da economia local, para beneficiar os negócios de todos os associados. E, certas características ainda prevalecem em suas ações como a independência financeira e a ausência de qualquer interferência política.
No Brasil, o modelo, adotado também em vários países europeus, apenas surgiu no Brasil em 1983, com a fundação do São Paulo Convention & Visitors Bureau e, logo em seguida, em 1984, com a criação do Rio de Janeiro Convention & Visitors Bureau.
A expansão destas organizações é muito recente, sendo importante ressaltar que até 1997, existiam aqui no Brasil apenas nove conventions. E, curiosamente, hoje, há mais de sessenta deles.
Entendendo a atuação dos Conventions & Visitors Bureaux
O C&VB é uma organização cooperativa que representa toda a cadeia econômica local, reunindo empresas e associações do trade turístico, entidades dos setores produtivos da indústria e do comércio, grupos lojistas, órgãos governamentais e outros segmentos como fornecedores, prestadores de serviços etc. Embora sendo integrado por órgãos governamentais, é uma instituição privada, independente e sem fins lucrativos.
Esta funciona como central de informações, consultoria de eventos e agente promocional da cidade, podendo representar uma cidade ou região. Surge para incrementar o fluxo de turistas na localidade onde atua, servindo como uma ligação entre os possíveis visitantes e as empresas que lhes darão assistência quando chegarem à cidade.
É importante ressaltar, que o nome da entidade (Convention & Visitors Bureau) está intimamente ligado às funções que desempenha: Convention – captação de eventos e convenções nacionais e internacionais, além de dar todo o apoio à realização destes; Visitors – cria programas para atração de turistas a lazer, cultura, compras e gastronomia; Bureau – presta serviços a associados como informações, pesquisas, materiais promocionais e assessoria.
Mas, os principais objetivos dos conventions são a captação de eventos e a promoção do destino que defende. Para isso, passam a lidar basicamente com informações, tanto para auxiliar na realização dos eventos, quanto para recepcionar os turistas, garantindo também, que estes tenham acesso ao que há de melhor na localidade.
O trabalho de captação é feito para influenciar na escolha do promotor ou organizador a sediar o seu evento no destino que defende. Isso pode acontecer quando quem capta o evento são as entidades de classe e associações. Para isso, os CVB´s são como ferramentas de marketing a serviço de destinos, pois fazem a divulgação da infra-estrutura para eventos, dos atrativos turísticos e de todas as características que possam configurar uma vantagem competitiva.
Assim, para conseguir posicionar a cidade ou região como destino, várias são suas formas de atuação como a presença constante em feiras da área, a produção de materiais de divulgação adequados, a implantação de uma estratégia de intenso marketing de relacionamentos, o apoio e captação de eventos, entre outras.
Para atuar de forma eficiente os convention contam com recursos financeiros vindos das mensalidades dos associados e, também, da Taxa de Turismo ou Room Tax, que é uma taxa opcional paga pelo turista nos hotéis associados, e que é cobrada por diária e por apartamento. O valor médio é de mais ou menos R$ 2,00 por dia/apto ocupado, podendo variar de cidade para cidade, mas todos estes recursos arrecadados são aplicados na promoção do local.
Com o auxílio destes, desenvolvem várias outras atividades visando uma melhor atuação no mercado como, por exemplo, o levantamento das ofertas do núcleo que representam, a busca por dados gerais sobre os eventos possíveis de serem captados, e ainda a elaboração do calendário de eventos.
Além disso, devem procurar ter contatos com potenciais promotores e organizadores de eventos e acesso à imprensa especializada para a divulgação das atividades necessárias. E, podem ainda, realizar “Fan Tours”, elaborar o Show Case e Kits de captação, apoiar e acompanhar os eventos captados.
Pelotas Convention & Visitors Bureau
No Rio Grande do Sul, a representatividade dos Conventions ainda é pequena comparada com os outros estados, sendo a Região das Hortênsias (Gramado, Canela, São Francisco de Paula e Nova Petrópolis), Porto Alegre e Região Metropolitana e Pelotas, as cidades que já possuem seus CVB´s.
Como já citado anteriormente, o significado em uma Cidade ter seu Convention Bureau é conseguir integrar seus empreendimentos sejam ligados, ou não ao setor, gerando recursos, idéias e ações para o desenvolvimento do turismo sem depender exclusivamente de órgãos públicos.
A partir desta atuação, a cidade passa a ter ações voltada a organização de forma qualificada e ordenada, visando o crescente aprimoramento e diversificação na prestação de seus serviços, identificando e trabalhando seus pontos fortes e fracos.
Foi assim que, a partir da iniciativa de um grupo de empreendedores, principalmente, do setor hoteleiro, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e da C&M Comunicação e Marketing, surgiu o Pelotas Convention & Visitors Bureau, em 09 de Janeiro de 2003, seguindo o mesmo intuito dos outros Conventions: captar novos visitantes para a cidade, através promoção das atrações turísticas. Porém, neste caso, dando inicialmente maior destaque na promoção do comércio e centro de eventos.
Tem como instituidores: Universidade Federal de Pelotas, Universidade Católica de Pelotas, Cefet-RS, Prefeitura Municipal de Pelotas, Câmara dos Dirigentes Lojistas de Pelotas, Fitur, Sindilojas e Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares.
Mantém sua estrutura física, o funcionamento de suas atividades administrativas e sua equipe através das mensalidades dos associados. Já os projetos da entidade são executados a partir da arrecadação do room tax (R$ 0,50 diária por apartamento) e também pelas parcerias com empresariado da cidade.
Oferece benefícios aos mantenedores como divulgação através da participação em eventos nacionais e internacionais, dos postos de informações turísticas, do site da instituição (www.pelotasconvention.com.br), com a inclusão de suas informações e link, além da indicação para prestação de serviços, convênios, ações de marketing com o intuito de apoiar o desenvolvimento do turismo local. Todos esses benefícios se somam aos com convênios oferecidos através do Ministério do Turismo, Embratur, Federação entre outros.
Na atual diretoria estão a Presidente Gilceia Vasques Bender, o Vice-presidente Jorge Luiz de Lima Curi Hallal, o Diretor Administrativo Fernando Marques e a Diretora Executiva Liliane da Cruz Caldas. O Conselho Fiscal conta com a participação de Eduardo Campos Hallal, Paulo Fernando Curi Estima, José Luiz Lima Laitano, Luiz Renato M. Bender e Marcelo Mazza Terra.
Os mantenedores são: Aquarela Tintas, Auto Locadora Multi Kar, Berola Doces Finos, Buffet do Foca, Café Aquários, Charqueada Santa Rita, Charqueada São João, Curi Palace Hotel, Doçaria Pelotense, Gypsy Tour, Hotel Curi, Hotel Estoril, Hotel Manta, Loja Krause, Motel Arizona, Nica Malhas na Praia do Laranjal, Restaurante Alles Blau, Terrasul Pelotas – Viagens e Turismo, Trufas Meuy e V&N Doces.
Turismo: uma atividade econômica com um leque de opções
O turismo é um dos setores da economia mundial que mais cresce, tornando-se um fenômeno muito marcante e expressivo na atualidade. Tem demonstrado, também, uma significativa expansão em seus segmentos, embora o que se encontra em destaque e já representa, aproximadamente, 3% do PIB Brasileiro é o Turismo de Eventos. Turismo é entendido, basicamente, como viagem ou deslocamento voluntário e temporário de pessoas a locais, fora da cidade que residem, por motivos que simplesmente lhes despertam o interesse. De uma forma mais completa Oscar de La Torre definiu:
O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura ou saúde, saem de seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.
Este movimento é, evidentemente, um dos motivos que tornam, hoje, o turismo uma atividade econômica, pois essas pessoas usufruem de grande parte da infra-estrutura e de vários serviços turísticos do lugar escolhido, movimentando assim, toda a economia local.
A valorização recente do turismo, devido à soma considerável de recursos financeiros que movimenta, fez com que surgissem diversas tipologias e algumas ramificações das atividades que este proporciona, considerando fatores como as motivações ou objetivos da viagem (recreação, lazer, cultura, saúde, religião, esportes, eventos), a procedência (turismo nacional ou internacional) e a faixa etária do visitante (infanto-juvenil, adulto, terceira-idade, misto), entre outros. A articulação destas várias segmentações também é válida.
Eventos: mais uma ferramenta do Turismo
O evento será definido como uma reunião ou agrupamento, num mesmo espaço temporal, de duas ou mais pessoas, com interesses comuns, com objetivo específico de adquirir produtos ou serviços, atualizar ou divulgar informações, conseguir aperfeiçoamento, congraçamento ou motivação para alcançar ou superar metas; a capacitação técnica do visitante e/ou a compra de bens e equipamentos complementares ao desenvolvimento da sua atividade profissional.
Evento é, atualmente, considerado como uma atividade turística, dada a importância que representa e os benefícios que traz para todas as partes envolvidas em seu processo.
Este surge como a solução ideal para um grave problema que atinge os destinos turísticos como um todo, a sazonalidade. Uma das principais características do turismo é a tendência de concentrar-se no tempo e no espaço, fenômeno chamado sazonalidade (Ruiz, 1997) .
Isso acontece principalmente no verão (alta temporada) e segundo Miguel Bahl, as principais causas são as férias escolas, a inatividade das empresas na alta temporada, os hábitos e costumes da população, o clima e a reafirmação de classe: status.
Afirma ainda, que os problemas são muitos durante este período, como congestionamentos em estradas, carência no abastecimento de água e energia elétrica, falta de rede de esgoto, aumento da poluição das águas e ruídos, ao contrário do que acontece na baixa temporada, quando muitas empresas são obrigadas a fechar por falta de demanda, causando desemprego à população local.
Neste contexto, o evento se insere podendo tanto auxiliar na ampliação da demanda durante a alta estação, quanto se tornar a alternativa mais viável para superar o vazio da baixa estação, fomentando o turismo em diferentes épocas do ano, para existir um maior equilíbrio da demanda.
É importante ressaltar, que quando o evento ocorre utiliza toda a infra-estrutura turística do local que o promove, contribuindo assim, também, para maiores investimentos nestas áreas, para geração de empregos diretos e indiretos, divulgação de uma imagem positiva da região, geração de renda e impostos, o enriquecimento da vida cultural, entre outros.
Como sendo capaz, isoladamente, de gerar fluxos o evento pode ser considerado também um produto turístico. Este é entendido por Luiz Ignarra deste modo:
O turismo é constituído por um conjunto de serviços, que, no entanto, só existem em função de um atrativo. Daí, portanto, a utilização do conceito de produto. O produto turístico é a somatória do atrativo turístico + a somatória dos serviços turísticos (ou facilidades como usam alguns autores) + a infra-estrutura básica + o conjunto de serviços urbanos de apoio ao turismo.
Assim, pode ser divulgado e até comercializado através de um Calendário de Eventos, meio mais utilizado entre os organizadores da área, onde aparece uma breve descrição do mesmo, o histórico, o local e a data em que ocorre.
Um número cada vez maior de participantes e visitantes estão sendo atraídos pelos eventos, e de acordo com os dados da EMBRATUR , estes, turistas de eventos, na maior parte dos casos, são motivados por interesses profissionais, gastam até três vezes mais que os turistas tradicionais de férias e permanecem por mais tempo também, em média, por um período de 02 a 05 dias na cidade. Sendo este é um público qualificado, de considerável poder aquisitivo, formação profissional e com grande potencial de consumo do item diversão.
Eventos: mais uma ferramenta do Turismo
O evento será definido como uma reunião ou agrupamento, num mesmo espaço temporal, de duas ou mais pessoas, com interesses comuns, com objetivo específico de adquirir produtos ou serviços, atualizar ou divulgar informações, conseguir aperfeiçoamento, congraçamento ou motivação para alcançar ou superar metas; a capacitação técnica do visitante e/ou a compra de bens e equipamentos complementares ao desenvolvimento da sua atividade profissional.
Evento é, atualmente, considerado como uma atividade turística, dada a importância que representa e os benefícios que traz para todas as partes envolvidas em seu processo.
Este surge como a solução ideal para um grave problema que atinge os destinos turísticos como um todo, a sazonalidade. Uma das principais características do turismo é a tendência de concentrar-se no tempo e no espaço, fenômeno chamado sazonalidade (Ruiz, 1997) .
Isso acontece principalmente no verão (alta temporada) e segundo Miguel Bahl, as principais causas são as férias escolas, a inatividade das empresas na alta temporada, os hábitos e costumes da população, o clima e a reafirmação de classe: status.
Afirma ainda, que os problemas são muitos durante este período, como congestionamentos em estradas, carência no abastecimento de água e energia elétrica, falta de rede de esgoto, aumento da poluição das águas e ruídos, ao contrário do que acontece na baixa temporada, quando muitas empresas são obrigadas a fechar por falta de demanda, causando desemprego à população local.
Neste contexto, o evento se insere podendo tanto auxiliar na ampliação da demanda durante a alta estação, quanto se tornar a alternativa mais viável para superar o vazio da baixa estação, fomentando o turismo em diferentes épocas do ano, para existir um maior equilíbrio da demanda.
É importante ressaltar, que quando o evento ocorre utiliza toda a infra-estrutura turística do local que o promove, contribuindo assim, também, para maiores investimentos nestas áreas, para geração de empregos diretos e indiretos, divulgação de uma imagem positiva da região, geração de renda e impostos, o enriquecimento da vida cultural, entre outros.
Como sendo capaz, isoladamente, de gerar fluxos o evento pode ser considerado também um produto turístico. Este é entendido por Luiz Ignarra deste modo:
O turismo é constituído por um conjunto de serviços, que, no entanto, só existem em função de um atrativo. Daí, portanto, a utilização do conceito de produto. O produto turístico é a somatória do atrativo turístico + a somatória dos serviços turísticos (ou facilidades como usam alguns autores) + a infra-estrutura básica + o conjunto de serviços urbanos de apoio ao turismo.
Assim, pode ser divulgado e até comercializado através de um Calendário de Eventos, meio mais utilizado entre os organizadores da área, onde aparece uma breve descrição do mesmo, o histórico, o local e a data em que ocorre.
Um número cada vez maior de participantes e visitantes estão sendo atraídos pelos eventos, e de acordo com os dados da EMBRATUR , estes, turistas de eventos, na maior parte dos casos, são motivados por interesses profissionais, gastam até três vezes mais que os turistas tradicionais de férias e permanecem por mais tempo também, em média, por um período de 02 a 05 dias na cidade. Sendo este é um público qualificado, de considerável poder aquisitivo, formação profissional e com grande potencial de consumo do item diversão.
Turismo de Eventos
O turismo de eventos surge em função do interesse dos turistas em participar de reuniões científicas como seminários, encontros, fóruns e congressos, profissionais como exposições e feiras, e até mesmo políticas.
Há inúmeros investimentos neste setor, que está em constante incremento no país. Diversos profissionais já estão cientes dos benefícios causados por tal atividade o que acaba tornando este mercado altamente competitivo.
Organizar ou sediar eventos tem se tornado uma forma de os países promoverem a sua imagem, de se apresentarem ao mundo e de gerarem lucros para a cidade ou região anfitriã. Nos próximos anos haverá a exploração de festivais (música, cinema, arte, entre outros) e eventos esportivos, de comemorações históricas e de feiras. A captação e promoção de eventos no mundo vêm sendo considerada o setor que mais retorno econômico e social oferece ao país e à cidade que sedia o evento. Feiras e congressos vêm entrando em uma disputa cada vez mais acirrada, o que exige um planejamento e uma preparação das cidades brasileiras (…).
É considerado o setor do turismo mais promissor, no que diz respeito ao retorno financeiro, sendo, claramente, o resultado da fusão da realização de eventos com a atividade turística. Isso acontece quando o evento deixa de ser um fato isolado e passa a atuar através de ações interligadas à economia da localidade.
Este é um dos segmentos que mais evidencia o efeito multiplicador proporcionado pela atividade turística, pois as empresas e a comunidade do local da sede do evento são beneficiadas direta e indiretamente durante e após a realização deste.
Os números recentes dos eventos no Brasil revelam que, a cadeia de eventos envolve cerca de 80 milhões de participantes, gera 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos e causa impactos em 56 setores da economia. Além disso, acredita-se que este ramo de atividade tenha crescido 7% anualmente no País nos últimos anos. Aproximadamente 327 mil eventos e 160 grandes feiras por ano acontecem no Brasil anualmente. No mundo, o setor de eventos movimenta US$ 4 trilhões anuais, empregando 255 milhões de pessoas.
Sem dúvida, são muitas as vantagens de sediar eventos, entretanto, esse mercado é muito exigente e criterioso, cabendo as cidades, que querem conquistar espaço, investirem em infra-estrutura adequada, desenvolvimento tecnológico, capacitação de recursos humanos, atrações turísticas, qualificação dos serviços de suporte aos eventos, entre outros fatores essenciais.
Buscando ter mais atuação nesse mercado é que as cidades criam seus Conventions & Visitors Bureaux, que são entidades especializadas em apoiar, promover e captar eventos.
Ações do Pelotas Convention
O Pelotas Convention vem promovendo ações voltadas ao aprimoramento dos serviços da cidade. Por isso, várias delas sejam elas isoladas ou integradas são desenvolvidas para que a cidade conquiste, cada vez mais, uma melhor infra-estrutura e novas opções.
Em poucos anos de trabalho, grandes mudanças quanto à participação, organização e motivação da população para trabalhar o turismo, já são percebidas. Nesta conquista, todas as instituições que trabalham no turismo sejam universidades, entidades de classe, empreendimentos e a comunidade, têm papel essencial.
Entre as principais ações desenvolvidas pela instituição, até o presente momento, estão: a formatação do Calendário de Eventos, a execução da Semana do Turismo, criação de folheteria e kit para divulgação da cidade, o apoio na divulgação de diversos eventos locais, a ativação de Centros de Informações Turísticas nas últimas 2 edições da FENADOCE, criação e manutenção dos Postos de Informações Turísticas localizados no prédio do Grande Hotel e Estação Rodoviária de Pelotas, qualificação de mão – de – obra local, assessoria e apoio aos associados, pesquisa para atualização de dados sobre o trade turístico e inclusão desses dados no Portal Gestour e criação de programas para atração de turistas a lazer, cultura, compras e gastronomia.
Para a divulgação da cidade, esteve presente em diversos eventos do setor como, por exemplo, Fórum Mundial do Turismo – Rio de Janeiro, Feira das Américas – ABAV 2005, Festival do Turismo de Gramado, Salão Gaúcho de Turismo em Porto Alegre, e em evento da cidade, na Feira Sabor do Sul promovida pela UCPel.
Houve, também, a participação em eventos para qualificação e atualização através do programa Excelência em Gestão de Eventos – Encontro Nacional dos Conventions & Visitors Bureaux – Brasília e do 22° Congresso Nacional de Empresas e profissionais de Eventos, 10ª Feira Nacional de Produtos e serviços de Eventos e 1° Seminário de Empresas e Profissionais de Eventos da Região Sul – ABEOC 2005 – Porto Alegre.
Considerações Finais
Este trabalho teve como objetivo mostrar o que são os Conventions & Visitors Bureaux e a importância do trabalho desenvolvido por eles, seja divulgando a cidade, qualificando os serviços para recepcionar os turistas ou captando, apoiando e auxiliando eventos.
Além disso, foi possível ressaltar, que visam o desenvolvimento econômico da cidade como um todo, buscando beneficiar cada um dos participantes e que, principalmente, não têm fins lucrativos.
Porém, constatou-se ser imprescindível, para o sucesso do convention que a comunidade e os próprios empresários locais tenham a real noção do que ele faz e dos diversos benefícios que este traz para a cidade.
Através dessas considerações, aconselho ao empresariado local a prestar mais atenção aos serviços prestados por esta entidade, buscando apoiá-la e não mais ignorá-la, por um melhor desenvolvimento turístico de Pelotas.
Disponível em: http://www.pelotasconvention.com.br/institucional
Referências Bibliográficas
ANSARAH, Marília (org.). Turismo: segmentação de mercado. São Paulo: Futura, 1999.
BAHL, Miguel (org.). Eventos: a importância para o turismo do terceiro milênio. São Paulo: Roca, 2003. BUREAU DE NOTÍCIAS. Informativo bimestral do Espírito Santo C&VB. Vitória, ES. n.50, p. 4-5, agosto e setembro, 2005.
CAMPOS, Luiz Cláudio e GONÇALVES, Maria Helena. Introdução a turismo e hotelaria. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 1998.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DOS CONVENTIONS. Disponível em www.fbcevb.com.br. Acesso em 03/10/05.
GOIDANICH, Karin e MOLETTA, Vânia. Turismo de eventos. Porto Alegre, SEBRAE/RS, 4 ed., 2003.
IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
MARQUES, Márcia. Confederação e calendário de eventos na mira da FBC&VB. Revista dos Eventos. São Paulo, ano 7, n.33, p. 16-19, 2004.
MARTIN, Vanessa. Manual Prático de Eventos. São Paulo: Editora Atlas, 2003 MICHEL, Margareth. Falando sobre eventos: manual para planejamento e execução. Pelotas: Primaz Editora, 2003.
QUEM É QUEM, anuário da indústria farmacêutica, ano 2, n.5, p.15-16, 2005.
TURISMO & NEGÓCIOS. Federação de CVBs. Revista Feira & Cia, ano 8, n.57, p.20, 2005.
VAZ, Gil Nuno. Marketing Turístico: receptivo e emissivo: um roteiro estratégico para projetos mercadológicos públicos e privados. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.