Interiorização e regionalização do turismo brasileiro

Publicado por Marco Navega em 18 de fevereiro de 2015
Em busca de uma nova perspectiva para o turismo brasileiro, o Ministério do Turismo em ação conjunta com as secretarias estaduais de Turismo têm desenvolvido um trabalho de regionalização da atividade através de uma gestão participativa no processo de estruturação, promoção e comercialização de roteiros turísticos. Todo esse conceito promove a desconcentração da oferta turística brasileira e estimula a interiorização do turismo, além de incluir novos destinos nos roteiros já comercializados pelo mercado. A campanha #PartiuBrasil ação integrada de promoção e publicidade do Ministério do Turismo, que incentiva os brasileiros a viajarem pelo país e os profissionais do setor a comercializarem destinos nacionais promovem a variedade de destinos e roteiros dos 26 estados e do Distrito Federal, assim como a diversidade de atividades turísticas como aventura, sol e praia, gastronomia e diversão. A nova proposta tem por objetivo reposicionar, de maneira inovadora, a imagem do Brasil para os brasileiros, reforçando os valores e experiências de cada região do país. Os atuais secretários de Estado de Turismo precisam ter consciência da importância da comercialização do Estado como um todo, da valorização da cultura, da gastronomia e das particularidades de cada munícipio. São centenas de festivais musicais e culturais, festas religiosas, entre outras atividades, capazes de fomentar o turismo regional. Recentemente, a Secretaria de Estado de Turismo do Rio de Janeiro, desenvolveu o projeto de Sinalização de Valorização Turística - SVT, a fim de implantar por todo o Estado, placas com indicações e atividades turísticas dos respectivos munícipios do interior. Além disso, o Programa Regional de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur) atua diretamente na organização de intervenções públicas através de prévios processos de planejamento das regiões. A partir do planejamento das áreas prioritárias são propostas intervenções públicas a serem implantadas de forma que o turismo venha a constituir uma verdadeira alternativa econômica geradora de emprego e renda principalmente para a população local. A implantação dos Totens de informações turísticas nos municípios do interior é outro troféu conquistado pelo Estado carioca. O fomento do turismo no interior cria oportunidades de negócios em algumas cidades, e é a principal fonte de atratividade de clientes para pequenas e médias empresas, como bares, restaurantes, hotéis, pensões, transportes, parques, entretenimentos, lojas e toda uma cadeia de produtos e serviços diretos e indiretos. No Estado da Paraíba, por exemplo, está Campina Grande, que se renova atraindo multidões para suas grandiosas festas populares. Na época das festas de São João, no mês de junho, estima-se em 1 milhão o número de presentes nos festejos. O turismo das festas juninas e julinas movimenta também a economia de outras cidades do interior nordestino em estados como Bahia e Sergipe. Em Alagoas, a interiorização do turismo no estado, em especial, na região do rio São Francisco, está sendo feita através de investimento em melhorias na infraestrutura de diversas cidades ribeirinhas e na divulgação entre agências e operadoras de turismo. Nos últimos anos, cidades como Piaçabuçu, Pão de Açúcar, Penedo, Piranhas e Delmiro Gouveia firmaram contratos com o MTur para construir praças, centros de informação ao turista, revitalização de orlas e sinalização. O investimento ultrapassa R$ 9 milhões. Outra ação que merece destaque é o investimento para a construção de aeroportos, melhoria e criação de voos para roteiros do interior, visto que, o mercado aéreo é o mais utilizado por turistas nacionais e internacionais. A partir de fevereiro, o voo com cinco frequências semanais, de segunda a sexta-feira, saindo da cidade de Campinas, no interior paulista, vai começar a operar para a cidade de Feira de Santana, no interior da Bahia. De fato, os olhares voltados para o Brasil como produto de investimento através do interior podem e devem trazer benefícios para a economia do país, além de mostrar ao mundo, o potencial brasileiro como produto turístico não só nas capitais que são consagradas e conhecidas do púbico final. Por Rafael Bonfim – Jornalista do Jornal de Turismo