CENTRO DO RIO RESPIRA CULTURA

Publicado por Tatiana Mesquita em 7 de abril de 2021

Famosos por seus prédios imponentes, a região central do Rio de Janeiro possui um rico corredor cultural que é de encher os olhos. Com suas vias centenárias, ponto de encontro de intelectuais no passado, a região da Bellé-Époque (ocorrida no século XIX e que trouxe certo ‘glamour francês’ para o Centro), é rica em museus e centro culturais. E tem opções para todos os gostos.

Centro Cultural Banco do Brasil

Esse circuito que respira cultura pode ser iniciado no prédio do Centro Cultural Banco do Brasil, localizado na rua Primeiro de Março. O edifício de traços neoclássicos foi inaugurado em 1906 e foi sede da Associação Comercial do Rio de Janeiro, depois pertenceu ao Banco do Brasil e só em 1989 transformou-se no centro cultural.  

O espaço, referência na cidade, abriga exposições das mais diversas e grandiosas, mostras de arte, eventos de debates e outros. Ainda possui salas de teatro, cinema e biblioteca.

Centro Cultural Correios

Ao lado do CCBB, está o Centro Cultural Correios, localizado na rua Visconde de Itaboraí. Construído para sediar a escola de companhia de navegação Lloyd Brasileiro, o prédio foi inaugurado em 1922 e foi utilizado por anos como unidade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos.

Na década de 1980 foi desativa para reformas e reaberto em 1992  para receber a “Exposição Ecológica 92”, evento que integrou o calendário da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. A inauguração oficial do Centro Cultural Correios aconteceu em agosto do ano seguinte, com a Exposição Mundial de Filatelia - Brasiliana 93. Desde então, o Centro Cultural vem promovendo eventos nas áreas de teatro, cinema, vídeo, música, artes plásticas, exposições e outros.

Casa França-Brasil

Vizinho ao Centro Cultural Correios, está a Casa França-Brasil. O edifício onde hoje funciona o espaço já foi palco de eventos importantes de nossa História. Encomendado em 1819 por D. João VI à Grandjean de Montigny, arquiteto da Missão Artística Francesa, o prédio é o primeiro registro do estilo neoclássico no Rio de Janeiro. No dia 13 de maio de 1820, o edifício foi inaugurado como a primeira Praça do Comércio do Rio de Janeiro. Quatro anos mais tarde, ele foi transformado por D. Pedro I em Alfândega, função que exerceria até 1944.

Até 1952 foi depósito para os arquivos do Banco Ítalo-Germânico e ainda, de 1956 a 1978, foi sede do II Tribunal do Júri. Em 1938 o prédio foi tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional — atual IPHAN. E em 1984 a atual vocação da Casa França-Brasil começou a ser traçada. O antropólogo Darcy Ribeiro, então Secretário de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, combinou recursos brasileiros e franceses no ano seguinte para restaurar a construção e resgatar as linhas arquitetônicas originais projetadas por Montigny. As etapas para a criação do centro cultural e o trabalho de restauração atravessaram a década de 1980. Em 29 de março de 1990, foi inaugurada a Casa França-Brasil.

Entre 1990 e 2008, a Casa França-Brasil desenvolveu uma programação eclética, com exposições de temas variados e artistas consagrados, modernos e contemporâneos, como Juan Miró, Glauco Rodrigues, Antonio Henrique Amaral, Irmãos Campana e Niki de Saint Phalle. A partir de 2008, após um importante processo de obras estruturais e de restauração, a Casa França-Brasil assumiu passou a focar na arte e cultura contemporâneas. Expoentes das artes visuais nacionais e internacionais, como Iole de Freitas, Laura Lima, Miguel Rio Branco, Cristina Iglesias e Chistian Boltanski já ocuparam o espaço com exposições individuais.

A Casa é hoje um pólo de difusão de cultura e referência em arte contemporânea. São oferecidos cursos, seminários, ciclos de palestras, entre outros projetos, além da programação de exposições. A instituição possui sala de leitura e disponibiliza ao público, para consulta no local, um acervo diversificado de catálogos e livros de arte contemporânea.

Museu Nacional de Belas Artes

Andando pela Avenida Rio Branco, na esquina com o a rua Araújo Porto Alegre, está o edifício do Museu Nacional de Belas Artes. Edifício de arquitetura eclética projetada em 1908 pelo arquiteto Adolfo Morales de Los Rios para sediar a Escola Nacional de Belas Artes, o prédio foi levantado durante as modernizações do prefeito Pereira Passo.

Criado oficialmente em 1937 por decreto de Getúlio Vargas, o Museu Nacional de Belas Artes ocupou o prédio com a Escola Nacional de Belas Artes até 1976, quando a EBA foi deslocada para a ilha do Fundão. Nesse mesmo ano, com a criação da Fundação Nacional de Arte (Funarte) houve novo compartilhamento. Em 24 de maio de 1973, o edifício foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a partir de 2003, a imponente construção passou a abrigar na sua totalidade.

Hoje é a instituição que possui a maior e mais importante coleção de arte brasileira do século XIX, concentrando um acervo de cem mil itens entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, objetos, documentos e livros.

Percorrendo suas galerias, o visitante pode vislumbrar, como em poucos espaços culturais do país, a história das artes plásticas no Brasil desde os seus primórdios até a contemporaneidade.

Ocupando atualmente uma área de 17.000 m2, o Museu Nacional de Belas Artes constitui-se num vigoroso centro irradiador de conhecimento e divulgação da arte brasileira. 

Paço Imperial

Localizado na conhecida Praça XV, na rua Primeiro de Março, o prédio colonial foi erguido em 1743 e serviu como sede do reinado e do império brasileiro após a chegada de Dom João VI ao país. Em 1938 foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Com lindas sacadas, o prédio, desde 1985, funciona como um centro cultural, onde ocorrem mostras de pintura, cinema, escultura, música, artesanato, fotografia e outros. O edifício também dispõe de cafeteria e livraria.