Publicado por Marco Navega em
9 de setembro de 2016
Os Jogos Olímpicos Rio 2016 foram o terceiro evento de relevância internacional seguido, em quatro anos, que ocorre no Brasil. Em 2013, tivemos a Jornada Mundial da Juventude e, no ano seguinte, a Copa do Mundo de Futebol. Ao longo desses três anos, foi muito comum acompanharmos, por meio de vários meios de comunicação, dúvidas e incertezas a respeito de como seria o atendimento das companhias aéreas diante de um imenso volume de passageiros brasileiros e estrangeiros. De nossa parte, reafirmávamos constantemente que, desde 2002, quando houve a liberação do preço das passagens aéreas, permitindo-se a competitividade na aviação brasileira, estávamos nos preparando para momentos como estes, de grande demanda por viagens aéreas. E assegurávamos que todos poderiam ficar muito tranquilos. Passamos por mudanças muito importantes de padrão e ganhos de eficiência e qualidade, garantindo acesso a 100 milhões de passageiros por ano. Quando os eventos chegaram, o que se observou foi uma grande quantidade de voos extras, além de contingentes de pilotos e funcionários trabalhando para atender milhões de passageiros. A Jornada Mundial da Juventude transcorreu sem nenhum problema. Após a Copa do Mundo, fomos premiados por diversas entidades e autoridades pelo bom atendimento. E aí veio o ano de 2015, quando começou a preparação para o que acontece agora. O ano passado foi um dos mais duros da história da aviação comercial brasileira. Os custos dispararam, as receitas caíram e a situação econômica do país teve grande impacto negativo para o tráfego de passageiros corporativos. Ainda assim, seguíamos garantindo que todos poderiam ficar tranquilos para a Olimpíada. A aviação segue com uma agenda importante, com pautas como a redução da alíquota do ICMS sobre o combustível dos aviões (QAV), mudanças na fórmula de precificação do querosene de aviação e a revisão das regras que regem os serviços aos passageiros (Condições Gerais do Transporte Aéreo), entre outros temas de grande importância. Apesar disso, entregamos uma Olimpíada com pontualidade recorde e serviços de qualidade. Portanto, precisamos do seu apoio para avançar com as nossas demandas para alcançar um transporte aéreo ainda melhor. Quando chegaram as Olimpíadas, o Brasil não brilhou apenas nas quadras, campos ou arenas olímpicas. No ar e em terra, atuaram milhares de profissionais da aviação brasileira, em cooperação e profunda articulação com Aeronáutica, Secretaria de Aviação Civil, Agência Nacional de Aviação Civil e aeroportos, cujos apoios foram decisivos. Recebemos quase 8 milhões de passageiros de 1 a 22 de agosto. Batemos recordes incríveis, porque a pontualidade dos voos estava em 98% até a véspera do encerramento da competição. No último dia, as chuvas no Rio de Janeiro levaram o índice a 94,8%. Nas Olimpíadas de Londres, a pontualidade foi de 91,5%. Na Copa do Mundo, ficou em 91,2%. Se por um lado essa Olimpíada foi a melhor em toda a história da participação brasileira em número de medalhas, por outro podemos bater no peito e dizer que tivemos uma aviação com medalha de ouro. EDUARDO SANOVICZ, é presidente da Abear - Associação Brasileira das Empresas Aéreas [caption id="attachment_5709" align="alignnone" width="670"] EDUARDO SANOVICZ[/caption]